quinta-feira, 1 de junho de 2017

Reflexões sobre as relações interpessoais.

Como fazer para viver e não ferir as pessoas que convivem conosco parece ser algo desfiador, pois, é muito difícil ocupar um espaço sem incomodar quem o ocupou antes. Todo processo relacional envolve perdas e ganhos, frustrações  e alegrias, mas, será possível alegrar-se sem entristecer, ganhar sem gerar perdas? A configuração de um mundo cheio de pessoas e objetos que se entrechocam o tempo todo exige negociações constantes, no sentido de gerar oportunidades para todos sem gerar disputas, conflitos, discórdias, etc.
Seria muito bom existir sem nada que contrariasse a continuidade da vida e seu desenvolvimento, mas, não é assim que acontece nas comunidades surgidas ao longo da história. O que se vê são disputas por espaço, matérias-primas, produtos, pessoas, ideologias, entre outras coisas. Parece que sobreviver exige sacrifícios de uns em benefícios de outros e isto é meio aleatório e caótico. Tem épocas em que algumas pessoas conseguem uma benesse maior da vida que outras, o que não é garantia de continuidade, pois, a vida tem a estranha mania de mudar as preferências em alegrar quem ainda não se alegrou e entristecer quem já se alegrou.
Então a vida é cheia de contradições e paradoxos para quem entra nela e fica por um tempo maior ou menor, porque os seus processos estão configurados previamente com uma lógica própria e independente de quem chega ou sai dela. Com isso pode-se perceber que não há nenhuma proposta fácil para o desafio proposto no início desta conversa porque é difícil mudar o que está posto. O que resta para quem pretende moldar os relacionamentos e pautá-los na tolerância, compreensão, respeito, etc. é negar o que é natural e criar formas de convivência que exijam sempre uma constante reflexão antes de qualquer reação ou ação, julgamento, imposição de ideias. Quando não sabemos respeitar o outros em sua integridade e maneira de ser acabamos ferindo o princípio da alteridade necessária a uma boa convivência e construção de espaços de cidadania.
A partir destas considerações pode-se chegar a conclusão de que só será possível construir espaços de respeito quando  abrirmos mão de tudo o que a vida naturalmente nos equipou e construir relações em que as conversas são constantes visando buscar soluções para  transformar relações conflituosas em relações cooperativas, respeitosas, integrativas, cidadãs.